É investigadora e umas das fundadoras do Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX . Possui estudos na área da emigração, cinema, propaganda e do exílio antissalazarista. É autora de diversos trabalhos como Aqui também é Portugal, A colónia portuguesa e o salazarismo, Estado Novo e Propaganda , Memórias da Oposição e A cultura do poder: a propaganda nos estados autoritários.
Livros publicados
A cultura do poder: a propaganda nos estados autoritários
Alberto Pena-Rodríguez, Heloísa Paulo (org.), 2016Há muito o debate em torno da propaganda e da sua estreita ligação com os regimes ditatoriais ganha fóruns específicos no mundo académico. Em 2013, unindo países e experiências históricas diferenciadas, uma rede de investigação internacional especializada no estudo dos Estados fascistas e autoritários, dedicou a sua última reunião a esta temática. Especialistas do Brasil, de Portugal, de Itália e de Espanha, associados a esta rede, são os autores dos resultados do debate realizado e que agora são publicados. Esta obra reúne estudos diferenciados acerca da propaganda e dos aparelhos de propaganda de Estado, no contexto do fascismo ou de autoritarismos, mas também análises daquilo que seria a sua “contrapropaganda”, partindo da acção empreendida pelos opositores e exilados destes regimes.
Norton de Matos e as eleições presidenciais de 1949 : 60 anos depois
Helena Pinto Janeiro (Coord.), Heloísa Paulo (Coord.) (org.), 2010A candidatura de Norton de Matos à presidência da República contra o candidato da Situação, Óscar Carmona, foi, a vários títulos, notável. Mobilizou dezenas de milhares de portugueses em manifestações públicas a favor de um candidato que afirmava publicamente, com o seu prestígio de general, republicano e colonialista, estar há 22 anos em oposição ao regime de Salazar e não pensar noutra coisa que não fosse “fazê-lo desaparecer para sempre” do seu país. Constituiu uma pedrada no charco das “eleições” presidenciais até então realizadas sob o Estado Novo, obrigando as hostes salazaristas a uma mobilização acrescida, face à presença inaudita de um candidato alternativo, congregador de praticamente todos os sectores da oposição, mesmo estando as regras do jogo eleitoral viciadas a favor da Situação. (…) Último grande fôlego da oposição na década de 40, as eleições presidenciais de 1949 marcam ainda, simbolicamente, o fim da primeira grande crise do regime, abalado pelos ventos democráticos trazidos pela 2.ª guerra mundial.
Estados Autoritários e Totalitários e suas Representações
Luís Reis Torgal (Coord.), Heloísa Paulo (Coord.) (org.), 2008Os textos apresentados correspondem às comunicações do seminário internacional “Estados autoritários e totalitários e suas representações”, realizado em Coimbra em Novembro de 2008.
Foi mais um espaço de debate sobre um tema que, na sua linha básica — “Estados autoritários e totalitários” —, já foi abordado, noutras perspetivas, por esta equipa de investigação e por outros historiadores em Bolonha e S. Paulo.
A ideia que presidiu a este encontro foi sobretudo a de pensar os projetos totalitários e autoritários tal como foram vistos pelas suas testemunhas e atores, pelas imagens políticas que se formaram ou pela sua historiografia, considerando que a História também interroga as memórias, os escritos políticos e didáticos de época ou a escrita da história.
Os seus coordenadores optaram por apresentar estes textos na língua e na forma que os autores lhes deram, com os seus critérios próprios, sem intervirem fundamentalmente no sentido de uma uniformização. Se, assim, se perde em termos de uniformidade editorial, ganha-se — julga-se — na espontaneidade, completando assim um colóquio aberto à comunidade, que pretendeu ser o mais possível um seminário de debate.
O beijo através do Atlântico: o lugar do Brasil no Panlusitanismo
Heloísa Paulo (Coord.), Élio Serpa (Coord.), Maria Bernardete Ramos (Coord.) (org.), 2001O objectivo deste trabalho é tentar traçar da adesão dos emigrantes portugueses radicados no Brasil ao Salazarismo. A cidade do rio de Janeiro, então capital daquele país, foi escolhida como referencial desta pesquisa, já que constituiu até à década de cinquenta o principal núcleo da colónia portuguesa em terras brasileiras. A partir da história das associações portuguesa e, em especial, da Federação das Associações Portuguesas no Brasil, é reconstituída a evolução do núcleo defensor da ideologia do Estado Novo, sendo esta defesa feita através dos meios de comunicação administrados pelos emigrantes e manifestações públicas de apoio à política do regime. por outro lado, pretende-se analisar as fortes relações que são estabelecidas entre a sociedade emigrante e o governo português. neste contexto, é dado destaque à dimensão heróica assumida pela figura de Oliveira Salazar na colónia e à acção das associações na organização de manifestações de apoio à política do Estado Novo levadas a cabo no Brasil